CARÊNCIA DE FERRO EM MULHERES
A carência de ferro é caracterizada pela menor quantidade deste nutriente nas hemoglobinas, que são proteínas conjugadas presentes nas Hemácias (células sanguíneas). A função da hemoglobina é carrear oxigênio para as células de todo o organismo, no entanto, quando há a deficiência de ferro, a quantidade de hemoglobina fica reduzida e o seu tamanho também, o que dá as características desta anemia (hipocrômica e microcítica).
ESTÁGIOS DA DEFICIÊNCIA:
1: depleção moderada das reservas de ferro com ausência de disfunção;
2: depleção grave das reservas de ferro, ausência de disfunção;
3: deficiência de ferro com disfunção;
4: deficiência de ferro, disfunção e anemia.
Vale ressaltar que a anemia é reflexo de uma longa carência deste nutriente. Isso significa que a anemia só irá ocorrer depois que as reservas forem utilizadas. A menor presença de ferro no organismo será provocada por alguma das causas que serão citadas abaixo.
TIPOS DE FERRO ALIMENTAR
Fonte: google imagem.
A anemia só será diagnosticada após muito tempo de privação deste nutriente. A menor ingestão pode ser devido aos grupos alimentares consumidos, isso porquê o ferro pode ser encontrado na natureza em duas formas, o ferro heme (de origem animal e mais biodisponível) e o não heme (de origem vegetal e menos biodisponível), e são diferenciados por um possuir o agrupamento heme, que facilita a sua absorção, e o outro não. Isso faz com que o ferro não heme precise de artifícios para aumentar a sua absorção, por isso é aconselhado que o consumo de alimentos fonte de ferro vegetal seja acompanhado de fontes de vitamina C.
A anemia ferropriva pode ter várias causas, algumas delas independem da ingestão adequada de ferro, isso significa que em alguns casos mesmo se alimentando com alimentos fontes deste nutriente a anemia pode ocorrer:
Entre algumas das possíveis causas:
- Ingestão alimentar inadequada combinada a ausência de suplementação;
- Absorção inadequada, como consequência de doença celíaca, diarreia, acloridria, gastrite atrófica, gastrectomia parcial ou total;
- Consequência de distúrbios gastrointestinais crônicos;
- Aumento da necessidade de ferro pelo organismo sem aumento da ingestão (lactantes, gestação, adolescência);
- Excreção aumentada como em casos de hemorragia digestiva, úlceras hemorrágicas, hemorróidas, doença de crohn, colíte ulcerativa, doença malígna;
- Inflamação crônica, pois causa aumento da "destruição do ferro.
Além dessas causas, o sangramento excessivo durante a menstruação também pode ser fator de risco para a anemia entre mulheres.
Os sintomas característicos da anemia serão discutidos abaixo:
- Dores nos membros inferiores
A função muscular fica comprometida devido a menor presença de oxigênio local. Isso faz diminuir o desempenho muscular e a tolerância ao exercício, aumentando epsódios de fadiga muscular.
- Menor foco/baixa disposição
A anemia pode causar comprometimento cognitivo, sobretudo em crianças e adolescentes. Entre mulheres adultas com essa deficiência, o comprometimento neurológico pode ser observado a partir do menor foco, fadiga, anorexia (menor ingestão de comida, ausência de fome) e a presença do transtorno alimentar picafagia com a maior ingestão de gelo sendo o mais frequente (pagofagia).
- Gripes/infecções frequentes/queda de cabelo
Um dos sinais mais comuns de anemia, é o adoecimento frequente, isso porque o ferro é um nutriente importante para o sistema imunológico.
- Síndrome das pernas inquietas (SPI)
Dor ou desconforto nas pernas, a SPI pode ser sinal de falta de ferro no Sistema Nervoso Central (SNC), causando menor liberação de dopamina (neurotransmissor), o que pode afetar o movimento.
Na medida em que a anemia vai se agravando, os sinais e sintomas ficam mais evidêntes, pois a carência começa a afetar os tecidos corporais, como as unhas, pele, línguas e mucosas.
O diagnóstico de anemia por falta de ferro (ferropriva) é feito a partir da análise de exames laboratoriais. Não basta apenas os valóres da concentração de Ferro ou o hemograma. A ferritína sérica, a transferrina, o ferro, e a capacidade total de ligação do ferro são os mais úteis. Isso porque através da transferrina (que transporta o ferro para os tecidos), podemos saber se o transporte está comprometido. Assim como a ferritina, que é a proteína que armazena o ferro, que está diminuida na anemia. A capacidade total de ligação do ferro nos mostra a quantidade de transferrina cirulante. E o receptor solúvel de transferrina sérica indica a taxa de produção de eritrócitos pela medula óssea.
Primeiro, deve-se determinar a causa da anemia, que por vezes é difícil de determinar. O tratamento é feito através da suplementação deste nutriente por pelo menos três meses a depender do grau.
A mais comum entre as suplementações é do ferro em sua forma Ferrosa, que é mais bem absorvida do que o ferro férrico. A suplementação de ferro ferroso pode causar alguns efeitos colaterais como: irritação gástrica, se tomado em jejum; constipação ou diarréia, náuseas, queimação (pirose).
É MELHOR TOMAR O FERRO DE ESTÔMAGO VAZIO?
Sim, quando tomado em jejum a sua absorção é mais eficáz. No entanto, pode causar os efeitos colaterais citados acima. Caso ocorram, o suplemento deve ser ingerido junto dos alimentos, mas assim, a sua absorção é diminuída.
É MELHOR O FERRO FERROSO OU FERRO QUELADO?
O ferro quelado (associado a proteína) é mais bem absorvido e diminui as reações gastrointestinais.
TRATAMENTO ALIMENTAR/NUTRICIONAL
O suplemento auxilia a aumentar os níveis de ferro e seus derivados durante a anemia, no entanto, é por meio da alimentação que você irá conseguir manter os níveis normais de ferro após o período de tratamento. É indicado um consumo alimentar de pelo menos de 8-18mg de ferro por dia para mulheres adultas, para que haja a absorção e utilização de pelo menos 1,8mg desse nutrientes proveniente da alimentação. É por este motivo que a biodisponibilidade é mais importante do que a quantidade de ferro consumida.
O tratamento objetiva:
- Alimentos fonte de ferro;
- Alimentos com maior biodisponibilidade desse nutriente;
- Alimentos fonte de vitamina C;
- Pelo menos 1 fonte de ferro heme por refeição;
- Adequar o consumo de alimentos que podem retardar a absorção do ferro (ricos em fitatos e oxalatos);
- Estimular o consumo adequado de alimentos fortificados.
COMO MELHORAR A ABSORÇÃO DO FERRO
Fonte: google imagem.
Consumir alimentos fonte de ferro acompanhados de outros fonte de vitamina C (ácido ascorbico). Isso porque o ferro férrico será reduzido a ferroso com o auxílio do ácido ascórbico. Fontes:
- Goiaba;
- Acerola;
- Laranja;
- Abacaxi;
- Cupuaçú;
- Graviola;
- Camu-camu;
- Tangerina.
MAHAN L, RAYMOND J. KRAUSE: alimentos, nutrição e dietoterapia. ELSEVIER. Ed, 14. P, 2354-2365.
As informações deste artigo não substituem uma consulta com Nutricionista ou Medica(o).